Filho de autor de explosões no STF revela motivo da família ainda não ter buscado o corpo
O filho do autor das explosões no STF (Supremo Tribunal Federal) revelou o motivo da família ainda não ter buscado o corpo de Francisco Wanderley Luiz, de 59 anos, em Brasília. A perícia foi concluída pelo Instituo de Criminalística da Polícia Federal, sendo liberado na sexta-feira (15).
Para a equipe da NDTV Record, o filho informou que, a princípio, não foram buscar o corpo do homem por receio de ir até Brasília. Caso façam alguma cerimônia de despedida, será apenas com as cinzas dele.
Homem morreu logo após atentado em Brasília
Por volta das 19h30 da última quarta-feira (13), o catarinense bombardeou o próprio carro em frente ao prédio do STF e detonou outros dois dispositivos próximo a Câmara dos Deputados.
Imagens de câmeras de segurança mostraram a ação do autor das explosões, que arremessou explosivos segundos antes de deitar no chão, sobre um outro artefato, que explodiu embaixo dele. O chaveiro, que vivia em Ceilândia há quatro meses, morreu na hora.
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Polícia Federal fez operação em propriedade de autor de explosões no STF
A Polícia Federal e Polícia Militar estiveram, na manhã de quinta-feira (14), na propriedade de Francisco, em Rio do Sul. As corporações não deram detalhes do que foi realizado ou encontrado na residência.
A Polícia Civil do Distrito Federal e a Polícia Federal investigam o caso. A principal suspeita é de que Francisco seja o único envolvido nas explosões em Brasília.
Peritos da PF (Polícia Federal) vão reconstituir o cenário das explosões em Brasília, na praça dos Três Poderes. O método é foi o mesmo utilizado para a investigação dos ataques de 8 de janeiro, quando os mesmos prédios foram depredados.
Quem é Francisco Wanderley Luiz, autor das explosões no STF
Francisco Wanderley Luiz foi candidato a vereador em Rio do Sul, em SC, pelo PL em 2020 e recebeu 98 votos. Por meio de nota, o PL se manifestou sobre o caso.
“Reitero que o PL repudia veemente qualquer tipo de violência e reafirma seu compromisso com os valores democráticos. Reforçamos ainda que ataques a instituições públicas vão contra os princípios defendidos pelo partido” afirmou.
Na manhã do ataque, Luiz entrou na Câmara dos Deputados usando chinelos e um chapéu. Ao passar pelo raio-X da Casa, ele mostrou portar apenas uma carteira e uma chave, que aparenta ser do carro que explodiu próximo ao mesmo anexo.
“Tiü França” e as teorias da conspiração
Nas redes sociais, Francisco tinha um perfil ativo e compartilhava conteúdos relacionados a política, religião e teorias da conspiração. O autor das explosões em Brasília acreditava na existência do QAnon (teoria de extrema-direita em que adeptos da esquerda são adoradores de Satanás, pedófilos e canibais).
Além disso, também publicava frequentes críticas aos ministros do STF, ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva e aos líderes da Câmara dos Deputados e Senado Federal. Em postagens recentes, Francisco escreveu que o dia 15 de novembro, feriado de Proclamação da República, seria “especial para iniciar uma revolução”.
Testemunhas relataram às autoridades que o autor das explosões no STF em Brasília usava roupas que lembravam o personagem Coringa, vestindo um terno personalizado com naipes de cartas. Um chapéu branco foi encontrado ao lado do corpo. Ele morreu ao acionar um explosivo próximo à própria cabeça.
Francisco sugeriu explosões contra alvos políticos nas redes sociais – Foto: Reprodução/Redes sociais
Casa de autor das explosões no STF foi incendiada em Rio do Sul
A ex-mulher de Francisco Wanderley Luiz, apontado como responsável pelas explosões no STF (Supremo Tribunal Federal), é a principal suspeita de ter incendiado a casa dele em Rio do Sul, na manhã de domingo (17). A informação foi confirmada pela delegada da Polícia Civil, Elisabete Prado.
Daiane Dias, ex-companheira de Francisco, foi vista por testemunhas espalhando gasolina no local e em seu próprio corpo.
Segundo a Polícia Civil, a mulher adquiriu produto inflamável no amanhecer em um estabelecimento comercial da cidade, em seguida, se deslocou até sua residência, provocou o incêndio e permaneceu no local.
O incêndio teve início por volta das 7h. No momento do incidente, o Corpo de Bombeiros informou que a mulher foi resgatada no local com queimaduras de 1º, 2º e 3º graus em 100% do corpo.
Ela recebeu os primeiros socorros e foi encaminhada, em estado crítico, ao Hospital Regional Alto Vale, sendo transferida para um hospital em Lages.
A residência, com aproximadamente 50 metros quadrados, foi parcialmente consumida pelas chamas. Para controlar o fogo, o 15º Batalhão de Bombeiros utilizou cerca de 8 mil litros de água. As causas do incêndio estão sendo investigadas pelas autoridades.
fonte: ndmais.com.br