Goteiras e sem alarme de incêndio: o que o MPSC flagrou no Mercado Público de Florianópolis
Goteiras caindo nas mesas do vão central sobre os clientes. Apenas um dos quatro banheiros disponíveis para uso e em péssimas condições. Sistema preventivo de incêndio sem funcionar. Assim está o Mercado Público de Florianópolis, após vistoria realizada na manhã de segunda-feira (13) pelo MPSC (Ministério Público de Santa Catarina).
Condutor da vistoria, o promotor de Justiça Daniel Paladino enviará recomendação ao prefeito Topázio Neto e a secretária de Turismo, Zena Becker, para que os problemas sejam resolvidos em até dez dias. Além disso, dará prazo de 48 horas para que respondam se farão as intervenções. Caso nada mude, o promotor promete pedir a interdição do equipamento à prefeitura e, se não resolver, à Justiça.
Situação do Mercado Público de Florianópolis
Ana Paula Pereira é lojista no Mercado Público há dez anos e explica que, em abril, os banheiros foram fechados, após o fim do contrato do concessionário que cuidava deles. “Entendíamos que a prefeitura assumiria até um novo lojista ganhar a licitação, porém, não ocorreu. Colocaram uma equipe de limpeza que não dá conta, então, lojistas, funcionários e clientes estão numa situação delicada”, reclama Ana Paula. A saída é pedir acesso a banheiros fora do Mercado.
O promotor acompanha a situação do Mercado Público de Florianópolis há cerca de quatro anos e o intuito da vistoria era verificar se o município cumpriu os acordos. Além disso, foi um pedido da Associação dos Comerciantes. “Eles consideram as situações deploráveis, com risco potencial à segurança do mercado. Fiquei chocado, porque há cerca de um ano ouvimos promessas de manutenção. O que vi é extremamente preocupante”, afirma Paladino.
Segundo o promotor, a central de alarme contra incêndio não está funcionando há algum tempo. As bombas d’água estão desativadas e o sistema que calibra a pressão delas também está desativado. “Houve um princípio de incêndio num dos boxes, na semana retrasada, e os alarmes não detectaram”, relata Paladino.
Goteiras em diversos pontos do Mercado Público de Florianópolis – Vídeo: Divulgação/ND
Em relação aos banheiros, a situação do único que funciona é indigna, com sujeira, lixo e fezes no local. “Uma situação pavorosa. Os banheiros acessíveis foram interditados há algum tempo, além das goteiras no vão central, algo recorrente e que cobramos há anos. É uma novela! Prometem e damos prazo, mas o último será este de dez dias para regularizarem. Se não, vou pedir a interdição”, afirma Paladino.
O presidente da Associação dos Comerciantes do Mercado Público, Osvaldo Martins, disse que os lojistas fizeram diversas reclamações na vistoria. “Outro problema é na padaria, que tem um degrau muito alto. É algo que o dono e os próprios clientes reclamam, porque muita gente cai”, critica Martins. A prefeitura foi acionada pela reportagem, porém, não respondeu até o fechamento da matéria, às 18h44.
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