Jovens assassinados no ‘tribunal do crime’ teriam discutido com casal de facção, diz delegado
O delegado do SIG (Setor de Investigações Gerais), Erasmo Cubas, que investiga a morte dos amigos José da Silva Câmara, de 23 anos, e Caio Henrique de Oliveira, de 21, disse em entrevista coletiva na noite de quarta-feira (28), que os dois foram assassinados porque teriam discutido com o casal de uma facção.
Os dois foram sequestrados na sexta-feira (23), e passaram pelo chamado ‘tribunal do crime’.
Na tarde de ontem, após os corpos terem sido encontrados em uma mata às margens da BR-463, na saída de Dourados para Ponta Porã, sete pessoas foram presas por envolvimento no crime.
“O crime não teria sido motivado por briga entre eles. Os rapazes tinham entrado em uma casa e discutido com um casal e essas pessoas faziam parte desse grupo criminoso, então foi realizado um tribunal do crime, que teria acarretado na morte dessas pessoas”, disse o delegado.
Erasmo também detalhou que as vítimas teriam ligação com a facção e, por isso, a ‘ordem’ foi de dar um ‘corretivo’ e não matá-los. A decisão pela execução da dupla partiu do próprio grupo.
“O autor que se dizia protegido pela fação criminosa pediu ajuda e determinaram que fosse dado apenas um corretivo, mas por conta deles mesmo, pois a cúpula não tinha concordado com a morte, pois as vitimas também teriam parentes nesse grupo criminoso”, pontuou Cubas.
O delegado disse ainda que José e Caio foram assassinados na manhã do último sábado (24), após serem colocados à força dentro de um carro Monza, na sexta-feira, no bairro Estrela Porã.
Envolvidos identificados
Os sete presos são Douglas Alves Cardoso, de 23 anos, Leonardo Silva Zengo, de 20, Henrique José Jara do Carmo, de 27, Bruno da Silva Gentil, de 23, Luiz Fernando Escobar Kunyoshi, de 22, Larissa Michele Farias de Matos, de 27, e Laura Negrão de Assis, de 24.
Nas residências dos envolvidos, que foi usada como cativeiro, os policiais apreenderam um revólver calibre 357, munições e droga, além uma pá e picareta usadas para abrir as covas.
Ainda segundo Erasmo Cubas, dos sete presos, quatro responderão por homicídio e ocultação de cadáver, e os outros três por favorecimento pessoal, tráfico de drogas e posse de arma de fogo.