Bipolaridade: cientistas desenvolvem método eficaz para diagnóstico da doença; entenda
“Pessoas com transtorno bipolar passarão por períodos de baixo humor e períodos de muito bom humor ou mania”, afirmou o autor, Jakub Tomasik. “Mas os pacientes muitas vezes só consultam um médico quando estão de mau humor, e é por isso que o transtorno bipolar é frequentemente diagnosticado erroneamente como transtorno depressivo maior.”
Para diferenciar os problemas, os pesquisadores resolveram, então, utilizar a combinação de uma avaliação psiquiátrica online e de um exame de sangue. Eles afirmam que o exame é capaz de diagnosticar até 30% dos pacientes, mas se torna mais eficaz quando feito em conjunto com a avaliação psiquiátrica.
Eles analisaram dados obtidos pelo estudo Delta, realizado no Reino Unido entre 2018 e 2020, para identificar a bipolaridade em pessoas que haviam recebido o diagnóstico de transtorno depressivo maior nos cinco anos anteriores e ainda apresentavam sintomas.
Participaram mais de 3 mil voluntários, que responderam a mais de 600 perguntas da avaliação online — que incluía episódios depressivos passados ou atuais, ansiedade generalizada, sintomas de mania, histórico familiar ou abuso de substâncias.
Desses, mil foram selecionados para enviar uma amostra de sangue seco, obtida a partir de uma picada no dedo. Os pesquisadores analisaram 600 componentes biológicos no sangue.
Dados de bipolaridade
Os dados mostraram sinais significativos para a bipolaridade e consideraram fatores de confusão, como as medicações.
Entre as principais identificações de biomarcadores, foram encontrados sintomas maníacos ao longo da vida e validados em um grupo separado de pacientes, que recebeu um novo diagnóstico, seja de bipolaridade, seja de transtorno depressivo maior, feito durante o ano de acompanhamento.
“As avaliações psiquiátricas são altamente eficazes, mas a capacidade de diagnosticar o transtorno bipolar com um simples exame de sangue pode garantir que os pacientes recebam o tratamento certo na primeira vez e aliviar algumas das pressões sobre os profissionais médicos”, alega Tomasik.
Os pesquisadores perceberam que a combinação dos relatos com o teste de biomarcadores melhorou a precisão dos diagnósticos, especialmente naquelas pessoas em que o problema não era óbvio.
Eles notaram que, além do diagnóstico, a identificação dos biomarcadores permite a escolha de medicações e tratamentos mais adequados.
“Descobrimos que alguns pacientes preferiram o teste do biomarcador porque era um resultado objetivo, que eles podiam ver. A doença mental tem uma base biológica, e é importante que os pacientes saibam que não está na sua mente. É uma doença que afeta o corpo como qualquer outra”, finaliza Tomasik.
fonte: ndmais.com.br
R7,SÃO PAULO