Governo de SC pede apoio ao reequilíbrio do contrato da concessionária do Aeroporto de Navegantes

Governo de SC pede apoio ao reequilíbrio do contrato da concessionária do Aeroporto de Navegantes
Fotos: Nohlan Scholzel

O governo de Santa Catarina foi até o ministério de Portos e Aeroportos, em Brasília, para reforçar a importância da construção da segunda pista do Aeroporto de Navegantes e a necessidade do reequilíbrio do contrato da empresa concessionária para que o projeto saia do papel. O ministro Sílvio Costa Filho recebeu uma comitiva do Estado, incluindo o secretário de Portos, Aeroportos e Ferrovias, Beto Martins, a secretária de Articulação Nacional, Vânia Oliveira, senador Esperidião Amin, representantes da Fiesc, Facisc, Prefeitura de Navegantes, CCR Aeroportos e Porto de Navegantes. O governador Jorginho Mello participou da reunião de forma online.

“A empresa já apresentou um projeto prevendo a segunda pista, pois entendeu a necessidade que ela tem para o desenvolvimento do aeroporto. Mas para isso é preciso um reequilíbrio contratual e por isso viemos aqui para sensibilizar o Governo Federal sobre a importância que esta ação tem para Santa Catarina”, argumenta o governador Jorginho Mello.

Além da movimentação de passageiros, que já passou de 1,8 milhões em 2023 e deve fechar o ano em 2,2 milhões, no quesito cargas, o Aeroporto tem movimentado em média, 402 toneladas ao mês, numa estimativa de 4,8 mil toneladas ao final de 2023, segundo os dados da Anac/LabTrans. Os números se aproximam do que havia sido projetado no processo de concessão, que foi de 5,7 mil toneladas somente para o ano de 2050.

Existe ainda a preocupação com o crescimento da atividade portuária. O Porto estima investimento de mais de R$ 1 bilhão nos próximos 4 anos, incluindo novos equipamentos com dimensões que poderão impactar no uso da única pista existente.

“Os números utilizados para o processo de concessão foram subestimados e não condizem com projeto original da Infraero de 2013, seria um grande erro e nenhuma visão de futuro não fazer esta readequação”, afirma o secretário Beto Martins.

O ministro Silvio Costa e Filho assumiu ao governador o compromisso de que fará de tudo para solucionar a questão, mas, que, para isso são necessários elementos técnicos que justifiquem a construção da segunda pista, como estudos que apontem o aumento da demanda. Ele determinou à equipe técnica do Ministério que avalie o tema com urgência.

A secretária Vânia Franco, da Articulação Nacional de Santa Catarina em Brasília vai continuar acompanhando o processo na capital federal junto ao Ministério de Portos e Aeroportos. “Nossos assessores estão atentos a qualquer movimentação, por determinação do governador Jorginho essa é uma de nossa prioridades, a gente sabe quanto é importante o desenvolvimento do setor aeroportuário para nosso Estado”.

Ação Cível Originária (ACO)

O Estado de Santa Catarina, por meio da Procuradoria-Geral do Estado (PGE/SC), tem atuado para garantir a construção da segunda pista do Aeroporto de Navegantes, no Litoral Norte do Estado. Desde 2013, quando foi editado o Plano Diretor do aeródromo, reconhece-se a necessidade de implantação da nova estrutura, com 2,6 mil metros.

Em 2017 foi firmado um acordo de cooperação técnica entre a Infraero e o município de Navegantes a fim de promover as condições necessárias para a obra, que previa um investimento inicial de R$ 150 milhões – depois elevados para R$ 700 milhões durante a Consulta Pública 3/2020 realizada pela Secretaria Nacional de Aviação Civil. No entanto, os estudos foram revistos sem justificativa técnica e o valor a ser destinado pela concessionária ao aeroporto de Navegantes foi reduzido para R$ 366 milhões – o que inviabilizaria a construção da segunda pista.

Por essa razão a PGE/SC ajuizou, em abril de 2021 e em face da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), a Ação Cível Originária (ACO) 3494 no Supremo Tribunal Federal (STF), por meio da qual busca a nulidade dos procedimentos da 6ª Rodada de Concessão para Ampliação, Manutenção e Exploração dos aeroportos integrantes do Bloco Sul a fim de exigir o cumprimento do Plano Diretor do terminal catarinense pela concessionária do local. Após a sugestão da PGE/SC, foram realizadas reuniões de conciliação das quais o órgão central de serviços jurídicos do Estado participou e defendeu a construção da segunda pista. No entanto, em razão da não formalização de um acordo entre todas as partes, o Estado pediu, em julho do ano passado, que o processo continue tramitando na Suprema Corte. Neste momento, os autos encontram-se prontos para análise pelos ministros do STF.

fonte: estado.sc.gov.br 

Escrito por: Rafael Matos | SPAF