Laudo aponta traumatismo e violência sexual como causa da morte de menina de 2 anos

Laudo aponta traumatismo e violência sexual como causa da morte de menina de 2 anos
Casa onde a criança morava com a mãe e o padrasto; Foto: Midiamax

O laudo da morte da menina de dois anos, levada até uma UPA (Unidade de Pronto Atendimento) de Campo Grande, com sinais de estupro, apontou traumatismo raquimedular na coluna cervical e também violência sexual ativa. 

O padrasto e a mãe da menina já estão em presídios de Mato Grosso do Sul e o inquérito policial foi encaminhado ao Poder Judiciário nesta sexta-feira (3).

De acordo com o Midiamax, a prisão preventiva do casal foi decretada em 28 de janeiro, sob a alegação de que os suspeitos teriam tentado alterar as provas do crime. 

“A prisão preventiva se justifica, ainda, para preservar a prova processual, garantindo sua regular aquisição, conservação e veracidade, imune a qualquer ingerência nefasta do agente. Destaca-se que, conforme noticiado nos autos, a criança somente foi levada para o Pronto Socorro após o período de 4 horas de seu óbito, o que evidencia que os custodiados tentaram alterar os objetos de prova.”

O casal foi levado para unidades penitenciárias, sendo a mulher para o interior do Estado e o padrasto para a Gameleira de Segurança Máxima, na Capital. 

A penitenciária para onde a mãe da menina foi transferida não foi informada por questões de segurança.

Como noticiado na época, a criança passou por 30 atendimentos médicos na UPA, sendo que um deles ela apresentava febres, vômitos, queimaduras e tíbia quebrada. Apesar dos diversos atendimentos no período de três meses, nenhum relatório foi repassado às autoridades. 

O pai da menina já havia registrado dois boletins de ocorrência contra a mãe por maus-tratos, sendo eles com data de 31 de dezembro de 2021 e o segundo em 22 de novembro de 2022, na Depca (Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente).

Em depoimento, a mulher disse que tinha medo de denunciar o atual companheiro, mas alegou que percebia sinais de abuso na criança quando ela voltava da casa do pai, de quem está separada, mas não relatou ter feito denúncia.

Na noite do último dia 26 de janeiro, ficaram evidentes as agressões sofridas pela menina depois dela ser levada para a Unidade de Pronto Atendimento. As médicas que a atenderam, acionaram a polícia e logo a mãe e o padrasto foram presos. 

Para a polícia, a mulher disse que a filha começou a passar mal na noite do dia 25, com dores no estômago e vômito. No entanto, deu remédio para a criança, que teria melhorado. Já na quinta, a menina acordou pedindo comida, mas acabou vomitando e relatou novas dores no estômago. À tarde ela dormiu, acordando pior já por volta das 15h30.

Ainda segundo a mãe, a barriga da criança inchou e ficou dura, quando decidiu levar a filha ao médico. Assim, a mulher alega que a menina começou a ter dificuldades para respirar.

Apesar do trajeto entre a casa e o posto de saúde durar dez minutos, a médica que atendeu a criança confirmou que a menina já estava morta há pelo menos quatro horas.

As médicas relataram que o corpo da menina apresentava sinais de rigidez, hematomas por todo o corpo e sangramento pela boca. Exames feitos pelas profissionais apontaram sinais de estupro.

Ainda segundo as médicas, a mãe estava estranhamente tranquila e só ficou nervosa quando foi informada que a polícia seria acionada para o local.

A mulher contou que a filha ficava com o padrasto enquanto ela trabalhava durante o dia, e que o marido batia na criança com socos e tapas para corrigi-la. O padrasto da menina foi encontrado em casa pelos policiais e negou que tenha agredido a enteada naquele dia, dizendo que bateu na criança há três dias.