Professores de SC alertam para mudanças sem precedentes no meio ambiente: ‘Desastroso’

Professores de SC alertam para mudanças sem precedentes no meio ambiente: ‘Desastroso’
Cientistas apontam que são necessárias políticas robustas para a redução de carbono que causam impactos no meio ambiente – Foto: Pixabay/Divulgação/ND Os alertas ocorrem em meio a realização do evento

Em meio a COP 28 (Conferência das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas), dois estudos mundiais -que tem três pesquisadores da UFSC(Universidade Federal de Santa Catarina) entre os autores – alertam sobre mudanças sem precedentes no meio ambiente. Nos documentos, os pesquisadores fazem um panorama da situação mundial, além de recomendações.

Cientistas apontam que são necessárias políticas robustas para a redução de carbono que causam impactos no meio ambiente 

Os alertas ocorrem em meio a realização do evento, que discute questões ambientais. A COP segue até terça-feira (12), em Dubai.

Marina Hirota, do departamento de Física, e Regina Rodrigues, da coordenadoria de Oceanografia, juntamente com Bernardo Flores, do Programa de Pós-graduação em Ecologia da Universidade, colaboraram com dois estudos.

Nos documentos, as pesquisadoras Marina e Regina projetam um cenário cada vez grave e de emergência no Brasil e no mundo. Os documentos traçam um panorama mundial baseado no aumento de 1,5 graus de temperatura na Terra.

Marina é co-autora do Global Tipping Points Report 2023, um relatório sobre os chamados “pontos de não retorno”. O estudo teve mais de 200 pesquisadores, entre eles Bernardo Flores. Já Regina integra o comitê editorial do New Insights in Climate Science, do World Climate Research Programme.

A comunidade científica constatou, no relatório global, que “a humanidade está atualmente numa trajetória desastrosa”. Os pesquisadores indicam que as ações atuais são inadequadas para a escala do desafio. Também ponderam que há, pelo menos, cinco pontos de ruptura do sistema terrestre. Entre eles estão incluídos o colapso de grandes mantos de gelo e a mortalidade generalizada dos recifes de coral de águas quentes.

“À medida que os pontos de ruptura do sistema Terra se multiplicam, existe o risco de uma perda catastrófica da capacidade de cultivo de culturas básicas”, analisa o estudo.

Marina Hirota assina o levantamento sobre os pontos de não retorno na Biosfera. Ela estudou a região amazônica. As recentes secas extremas causaram extensa mortalidade de árvores, que são um dos elementos centrais para a descarbonização – um dos pontos a serem implantados no combate ao aquecimento do planeta.

Os pesquisadores sugerem que os povos indígenas e comunidades locais tenham apoio aos meios de subsistência sustentáveis. Também indicam que é essencial investir em observações de campo e sensoriamento remoto e em experimentos para monitorar e detectar o declínio da resiliência dos ecossistemas e potenciais sinais de alerta precoce. Ainda, argumentam que é preciso promover maior compartilhamento de dados e colaboração internacional

Entre as recomendações feitas no documentos estão a eliminação dos combustíveis fósseis e das emissões provenientes do uso do solo. Segundo os especialistas, as duas ações deveriam ser interrompidas antes de 2050.

Redução de carbono deve ser imediata

Os cientistas apontam, no documento científico que a professora Regina Rodrigues faz parte, que são necessárias políticas robustas para alcançar uma escala razoável de descarbonização.

O estudo observa que, no Brasil, secas severas e ondas de calor marinhas no passado levaram recentemente a escassez de água e geraram impactos no abastecimento de alimentos em níveis globais. Os estudiosos pontuam que os esforços na redução de emissões de carbono devem ter prioridade imediata.

Outro ponto de destaque diz respeito ao que os cientistas chamam de “reforma dos sistemas alimentares”, que são responsáveis por 31% das emissões globais e são capazes de impulsionar aquecimento global para 2°C até 2100.

O relatório aponta a urgência na eliminação progressiva dos combustíveis fósseis. Ainda que a perda das geleiras nas montanhas está se acelerando.

fonte: ndmais.com.br 

REDAÇÃO ND,FLORIANÓPOLIS